Imprensa

23/07/2019

Adolescente compartilha desafios dos pacientes para manter estudos em dia durante tratamento contra leucemia

Passar por um longo tratamento, como o de câncer, por exemplo, é extremamente desgastante. Para uma criança na fase escolar, então, o processo pode ser ainda mais complicado, pois, além de ela ter que muitas vezes se internar, ela acaba se afastando da escola, e com isso, dos estudos e dos amigos. 

Foi exatamente isso que aconteceu com a jovem Lara Fernandes Cavalcanti, de 13 anos. Em setembro do ano passado, ela descobriu que estava com Leucemia e já no dia seguinte começou o seu tratamento no Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico infantil, localizado em Campinas, SP, que é referência em tratamento onco-hematológico na América Latina. Como precisou se internar para o tratamento e mora em Catanduva, cidade no interior de São Paulo e a quase 300 quilômetros de Campinas, Lara precisou se afastar da escola onde cursava o 7º ano.

Como a jovem é apaixonada pelos estudos, sua mãe Sônia entrou em ação e com a ajuda da escola e do Centro Boldrini garantiu que Lara não perdesse o ano. “A Lara é extremamente estudiosa e tem paixão pela escola. Então, a diretora, as amigas mandavam as tarefas para ela pelo Whats App para ela poder fazer com o auxílio da equipe de pedagogia do Boldrini. Muitas vezes, eu mesma conseguia trazer a lição de Catanduva para o Centro para ela estudar”, conta Sônia.

Durante meses foi assim a rotina da estudante: receber as tarefas pelo aplicativo de celular, fazê-las e devolvê-las também pelo aplicativo. “No começou foi muito difícil, mas fui acostumando. Não perdi o contato com os meus amigos, nem professores. Até a diretora da escola tenho no meu Whats App. Cheguei até a fazer uma prova de matemática enquanto estava internada no Boldrini e fui bem, viu”, lembra Lara, que passou de série e neste ano já conseguiu estudar mais em casa com a ajuda dos primos do que no hospital.

Lara entrou no estágio de manutenção, quando passará a visitar o Centro Boldrini com menos frequência. A partir de agosto, ela volta a frequentar a escola e se diz pronta para o desafio. “Foi muito importante eu ter o apoio do Boldrini enquanto eu estava internada. Não parei de estudar e vou voltar para a escola preparada para acompanhar a turma”, finaliza. 


DEBATES

Pensando em ajudar cada vez mais crianças como Lara a seguirem com os estudos, mesmo com o tratamento de uma doença grave, o Centro Infantil Boldrini, realiza no dia 10 de agosto o evento “O Hospital como Espaço Educacional”, voltado para educadores, a fim de promover debates sobre Educação, Saúde e Inclusão.

Em pauta, temas como: a importância do vínculo nos pacientes portadores de doenças crônicas; distúrbios visuais na infância; o olhar do professor nos primeiros sintomas do câncer infantil; vivência hospitalar da criança e do adolescente; perspectivas de futuro para crianças e adolescentes com condições especiais de saúde.  

De acordo com Luciana Mello, Pedagoga do Boldrini, o objetivo, com a realização do encontro, é capacitar os profissionais da educação para que voltem seus olhares também para a saúde da criança. “Os professores e educadores são parceiros do hospital nos cuidados com a criança. Primeiramente, quando nos alertam para os primeiros sinais e possíveis sintomas das doenças e, posteriormente, quando os alunos já são pacientes, os educadores passam a ser também cuidadores. Então nada melhor do que estreitarmos nossos laços profissionais, entre ambas as áreas”.  

O encontro é organizado pela equipe de Pedagogia do hospital e acontece ao longo de todo o dia (das 8h às 18h), no próprio Boldrini. As inscrições custam R$ 55,00 e podem ser feitas pelo site pedagogiaevento.vouparticipar.com.br . 

Confira a programação:

Manhã:

8h - Credenciamento

9h – Solenidade de abertura com Dr. Amilcar Cardoso

9h30 – Conferência: A importância do vínculo nos pacientes portadores de doenças crônicas. Dra. Mônica Veríssimo. 

10h30 – Conferência: Distúrbios visuais na infância. Dra. Maristela Palazzi

11h30 – Mesa redonda: Educação, Saúde e Inclusão. Participantes: Pedagoga Cibelle Bittencourt, Psicóloga Sarah Silva, Enfermeira Gerusa Mendes. Mediadora: Paula Takaezu

12h30 – Almoço

Tarde:

14h – Contação de História com Girots: “O sumiço dos tomágicos”

14h30 – Conferência: O olhar do professor na compreensão dos primeiros sintomas de câncer pediátrico. Dra. Camila Daiggi

15h30 – Mesa redonda: Caminhos da educação na vivência hospitalar da criança e do adolescente. Participantes: Pedagoga Débora Ciotto, Artista Plástica Nina Mazzon, Assistente Social Virgínia Morais, Paciente convidado. Mediadora: Pedagoga Paula Takaezu

16h30 – Coffee break

17h: Conferência: Perspectiva de futuro para a criança e o adolescente em condição especial na saúde. Pedagoga Luciana Mello

18h – Encerramento: Dra. Silvia Brandalise