Centro Boldrini reformula parquinho e leva o lúdico aos pacientes

Brincar é rotina na vida de qualquer criança. E para aquelas que estão em tratamento no Centro Boldrini, hospital referência no atendimento de crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue, não é diferente. Ter um espaço lúdico, bonito, aconchegante e divertido, auxilia crianças e pais a enfrentarem o tratamento. Pensando nisso, o Boldrini inaugurou em grande estilo nesta terça-feira, dia 11, a revitalização do parquinho, repleto de brinquedos e de sonhos, uma doação da empresa Pipa Studios. 

O parquinho ganhou cores e formatos novos, com direito a paisagismo especial, pequenos morros, escorregador, dois labirintos de tora, amarelinha, desenhos pintados no chão, casinha de madeira e dois quiosques, que servem tanto para as crianças brincarem quanto para os pais aguardarem. 

Reformulado para que as crianças tenham um ambiente lúdico entre uma consulta e outra, o parquinho permite muito mais do que passar o tempo. “É um espaço fundamental não só para as crianças, mas para as famílias e os funcionários. É um momento em que você esquece das dores, dos problemas e pode aproveitar as cores, a alegria. Foi uma inspiração, uma dádiva para pensar no bem-estar do próximo. Foi feito com muito amor e sou grata à empresa Pipa e seus colaboradores por isso”, disse a presidente e médica do Centro Boldrini, Dra. Silvia Brandalise. 

A festa de inauguração não poderia estar mais caprichada. Repleto de pais, pacientes, funcionários, voluntários e parceiros, o parquinho foi decorado com bexigas e corações. O evento contou com a presença especial de Super Heroi , dos Hospitalhaços e da Banda Signori & Mauad Jazz Band, além de deliciosas guloseimas que foram distribuídas entre os presentes. 

Doação

A doação da reformulação do parquinho chegou por meio de uma ex-voluntária do Grupo Força Jovem, uma das áreas do Voluntariado do Boldrini, que hoje trabalha na empresa Pipa, que faz jogos para celulares. Larissa Baldin dos Santos foi voluntária no Boldrini por 10 anos e ao chegar na Pipa Studios soube da Semana do Coração, quando parte das vendas é destinada a uma entidade assistencial. “Sabendo disso, propus na empresa que a doação de 2018 fosse para o Boldrini. Conversamos na instituição e nos pediram que ao invés de doar o dinheiro, fizéssemos o projeto de reformulação e foi isso que aconteceu”, conta.

A empresa de São Paulo se envolveu como um todo para a reformulação do parquinho. Pediu ajuda ao arquiteto João Henrique Ferreira e do paisagista Bruno Moreno para o projeto e estruturou uma equipe para colocar a mão na massa. “Estamos acostumados à ação social, mas pela primeira vez participamos do projeto todo ao invés de só doar o dinheiro. Foi uma experiência única, ver a ideia, a construção e agora estarmos aqui para inaugurar e ver a alegria das pessoas”, avalia o diretor de Marketing da Pipa Studios, André Papa.

Nessa equipe, estava o pai de Larissa, Fernando José Rodrigues dos Santos, que não mediu esforços e nem teve final de semana para poder concluir a obra. “Uma das coisas mais marcantes aconteceu no meio das obras. Uma criança que estava aqui veio nos perguntar se teria um escorregador no parquinho. E não iria ter. Sensibilizado, eu e o pessoal do Boldrini falamos com a Pipa e o arquiteto. Mudamos o projeto e conseguimos colocar o escorregador”, lembra.

E os profissionais acertaram em cheio ao colocar o escorregador, ele ficou repleto de crianças na manhã de inauguração.  

A reformulação do parquinho foi aprovada pelas crianças, que, cada uma ao seu modo, se encantou com o espaço.  O labirinto de toras chamou atenção dos presentes, assim como o caminho de pedras de tocos, que permitiu a um dos pacientes uma experiência sensorial única.  Carlos Eduardo Cortes, o Cadu, tem 4 anos, perdeu parte da visão e conheceu todo o parquinho por meio do toque: “Não é todo dia que eu venho aqui, mas quando vier, vou brincar muito”, disse. Praticante de flauta doce, Cadu ainda se divertiu com os músicos da Signori & Mauad Jazz Band. Ele roubou a cena, falou de música e ainda conheceu um a um os instrumentos. 

A Banda, formada por alunos da Unicamp, se apresentou pela segunda vez voluntariamente no Boldrini. “Ver o encantamento do Cadu é o que nos move. Acreditamos que a música pode melhorar a nossa sociedade”, disse o músico Pedro Signori.