Imprensa

11/10/2019

Crianças do Centro Infantil Boldrini recriam o mundo dos dinossauros através da Paleoarte



Em meio a cores e massa de modelar, cerca de 60 pacientes do Centro Infantil Boldrini puderam recriar os dinossauros em uma oficina de Paleoarte realizada na manhã desta quinta-feira, 10. Por meio de desenhos, pinturas e esculturas, crianças e muitos pais conheceram duas espécies desses gigantes que há milhares de anos habitaram o Brasil: Irritator e Uberabatitan.

A Paleoarte consiste em misturar diversas técnicas artísticas, como a escultura e a pintura, com a paleontologia para dar vida a animais da pré-história, como os dinossauros. A ideia de levar esse conhecimento aos pacientes do Boldrini partiu de um prêmio recebido na Argentina pelo radiologista do hospital e paleoartista, Dr. Cássio Negri. 

Dr. Cássio, então, convidou para se juntar a ele nesta atividade especial o paleoartista argentino, Santiago Druetta, formado em Artes Visuais, técnico superior em Artes Visuais e diplomado em escultura e patrimônio cultural.

Com lápis de cor e massinha nas mãos, as crianças não tiravam os olhos dos palestrantes e iam, cada um a seu modo, dando vida aos desenhos e às esculturas. O jovem Ladson, de 15 anos, era um dos mais atentos da turma. Ele perdeu a visão por causa de um tumor e se apegou às artes, no caso, à escultura como passatempo. Segundo os organizadores da oficina, talentos encontrados no hospital como Ladson inspiraram a atividade. 

O jovem fez cinco esculturas diferentes, orientado de perto pelo paleoartista Santiago. “Eu achei que na oficina não teria muita coisa para eu fazer. Mas, foi muito legal e dinossauros é um tema que todos gostam. Criança adora”, disse, ao término da manhã de trabalho.

   


E não foram só as crianças que se animaram nesta manhã colorida, os pais também participaram e aprovaram a iniciativa. “A oficina incentiva as pessoas, mostra que até deficientes visuais podem fazer arte, avaliou a mãe de Ladson, Fernanda Alves da Silva.

Outra mãe que acompanhou  o entusiasmo da filha foi a mineira Luiza Brant, que viu a pequena Joana de 4 anos e em tratamento de leucemia, discorrer sobre os tipos de dinossauros existes e eleger seu preferido: “existem os dinossauros carnívoros e os herbívoros e o meu preferido é o Tiranossauro Rex”, determinou a pequena. Para a mãe, esse momento lúdico é um tempo em que a filha esquece do tratamento e pensa em outras coisas, além de aprender. Ela explica que a paixão por dinossauros de Joana surgiu por influência de um primo, que quando a família retornar a Minas irá ganhar também o material de colorir do evento.


O saldo do evento foi, de acordo com os organizadores, extremamente produtivo. “Muitas crianças são apaixonadas por dinossauros. A oficina tem esse lado do lúdico, de recriar esse mundo. E também tem o lado da ciência, da preservação, de podermos mostrar um animal que não existe mais. Hoje recriamos o dinossauro, amanhã não sabemos. E poder trazer esse tipo de arte não tão difundido no Brasil e ainda mais com um talento da casa foi muito legal”, conta a radioterapeuta, Dra. Andrea Carmen Raya, uma das organizadoras do evento. 

O paleoartista argentino Santiago, que saiu de férias especialmente para estar no Brasil e participar da atividade, foi quem criou os desenhos dos dinossauros brasileiros especialmente para o evento. “O que me move a fazer esse tipo de atividade são as crianças. Desenhar, pintar, fazer esculturas de dinossauros que viveram no Brasil é um jeito de ensinar e mostrar a paleoarte, que mistura ciência e cultura. Tirar férias para estar aqui vale muito à pena”, finaliza.


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