Imprensa

03/08/2021

Ex-paciente do Centro Infantil Boldrini celebra a vida ao lado dos filhos

Comemorar o Dia dos Pais é uma conquista para muitas pessoas, especialmente para o compositor e produtor, Aurélio Giesbrecht Artioli. Diagnosticado com Leucemia LLA aos 9 anos de idade, hoje, aos 31, se alegra ao ver o quanto já conquistou depois da sua cura. “A melhor coisa do mundo é se sentir feliz com a sua família”, conta Aurélio.

Aurélio ficou dois anos e meio no Centro Infantil Boldrini, onde fez o tratamento, conheceu pessoas importantes para o seu desenvolvimento e também recebeu a notícias de que o seu câncer havia sido curado. Ele comemorou a vitória no seu aniversário de 13 anos, “eu fiquei muito feliz quando descobri que não precisaria mais ser furado com tanta frequência, pois o tratamento, por mais humanizado que seja, não deixa de ser invasiva”, conta Aurélio.

Durante seu tempo no hospital, o produtor conta que aprendeu valores humanos que dificilmente aprenderia se não tivesse passado por essa situação. “Aprendi que não existe nada melhor do que estar vivo, não importa quão horrível é a situação que você tem que passar, tudo vai ser calmo e gentil se você simplesmente entender que tristeza e desespero são escolhas”, explica o produtor, que afirma que vai passar isso aos seus filhos.

Hoje, aos 31 anos, Aurélio é pai de duas crianças, Ravi, de 4 anos e a recém-nascida, Luna. “Minha família é muito grande (...), me casei aos 22 anos, minha esposa é artista plástica, e desde o primeiro momento a gente pensou em formar uma família bem louca, com a nossa cara”.

O compositor conta que gosta de aproveitar cada momento junto com os seus filhos, quando pode observar o desenvolvimento dos pequenos e a criação da subjetividade de cada um. “Ravi é um menino muito inteligente, questiona coisas muito engraçadas, como por exemplo, porque saturno tem anéis e júpiter não. Luna, com 20 e poucos dias, já interage com sons e cores”, revela Aurélio.

Com a pandemia, ele conta que a vivência família ficou mais intensa, mas isso permitiu que ele estivesse mais presente na vida com dos filhos. “Brincamos de várias coisas no quintal, fazemos atividades escolar, o Ravi me ajuda a preparar algumas refeições, jogamos vídeo games junto. Faço questão que ele tenha experencias legais e divertidas, que instiguem o desenvolvimento da percepção”.

Quanto a sua vivência com Luna, Aurélio conta que nas últimas semanas ele e sua esposa, Jéssica, que é designer, estão aproveitando a licença maternidade dela para dedicar cada momento aos cuidados das crianças, tentando suprir a falta do convívio social que naturalmente os pequenos teriam nessa etapa da vida, se não fosse o isolamento social.

Olhando para trás, o produtor relembra dos seus primeiros contatos com os profissionais do Centro Infantil Boldrini, e como aquela época o ajudou a ser a pessoa que é hoje “Chegando ao Boldrini, minha experiência como criança foi entrar num ambiente diferente, colorido, com ar positivo, cheio de quadros e desenhos na parede”. Ele conta que foi um tratamento extremamente humanizado, foi onde desenvolveu a sua sensibilidade artística e teve experiências importantes.

“Me lembro de ter visitado inúmeras exposições em museus em São Paulo, Campinas, lembro de ter tido contato com muitos artistas importantes e também onde tive minhas primeiras experiências como artista, expondo meus desenhos e esculturas no Mc Dia Feliz”, relembra.

Atualmente, além de pai de dois, Aurélio trabalha com música, composição, gravação, vinhetas, trilhas sonoras e tem um projeto de apoio coletivo, onde distribui, semanalmente, materiais inéditos chamado “O som da Vida”. Ele também tem três álbuns de música experimental no Spotify.