Imprensa

10/02/2020

“Nenhuma criança deve morrer de câncer”, alerta Centro Infantil Boldrini no Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância


“No child should die of cancer. ” Traduzindo para o português, “Nenhuma criança deve morrer de câncer”. A frase lema da Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica (SIOP-2018) serve de alerta no Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil, celebrado em 15 de fevereiro, e retrata bem o que o Centro Infantil Boldrini, referência no tratamento de câncer infantil e doenças hematológicas, acredita e trabalha para alcançar.

A doença é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Os dados ainda apontam que 12.500 novos casos surgem por ano no país. Desses novos casos, cerca de 6.200 crianças são tratadas em hospitais públicos e em torno de 4 mil morrem sem tratamento ou sem ter a doença diagnosticada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que o número de casos de câncer infanto-juvenil deve chegar a 600 mil em todo o mundo em 2030. 

 

Os desafios para se chegar no que pretendeu na SIOP- 2018 são grandes. Os números assustam, mas também levam uma série de profissionais a investir seu trabalho na acolhida das crianças, tratamento e pesquisa sobre a doença. É o que acontece diariamente no Centro Infantil Boldrini, onde uma série de profissionais multidisciplinares lutam dia a dia para mudar esses números e vêm conseguindo.

“Quando começamos o Boldrini, há 42 anos, a taxa de sobrevida era em torno de 5%. Hoje, em alguns casos, chegamos a mais de 80%, ultrapassando a média brasileira e de países em desenvolvimento de cerca de 60% e nos igualando aos números de países da Europa e aos Estados Unidos”, declara a presidente do Centro Infantil Boldrini, Dra. Silvia Brandalise. 

A médica e pesquisadora credita os altos números conseguidos, entre diferentes fatores, ao tratamento multidisciplinar oferecido no hospital, à tecnologia utilizada, aos medicamentos de ponta (que nem sempre são fornecidos pelo Governo Federal e muitas vezes são importados com recursos próprios) e à pesquisa. Mas, engana-se quem pensa que os altos índices de cura contentam. “É uma série de fatores que contribuem para o sucesso do tratamento. Mas não adianta termos 80% de sobrevida. Ainda faltam 20%. E se chegarmos aos 100% de cura, teremos que contribuir para que as causas do câncer sejam efetivamente evitadas. A prevenção do câncer da criança é o desafio do futuro, que já bate às portas de hoje”, avalia.

E o Centro Infantil Boldrini tem feito sua parte no combate às causas do câncer infantil. O hospital é o único do país a integrar uma pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) com grávidas de todo o mundo, com o objetivo de detectar possíveis causadores da doença na criança. Além disso, o Boldrini ainda conta com um moderno Centro de Pesquisas, que trabalha em diferentes vertentes. 

Dra. Silvia também encabeçou junto a outros profissionais, a realização, em setembro de 2019, o Fórum Internacional “Meio Ambiente e Câncer da Criança”, que trouxe à discussão as recentes pesquisas relacionando as interferências de poluentes do meio ambiente na saúde da criança. Mas, muito mais do que apresentar números e dados estatísticos, o evento buscou ações práticas para enfrentar a realidade demonstrada: criou o Grupo de Defesa dos Direitos da Criança à Saúde Ambiental e formulou a Declaração dos Direitos Ambientais da Criança.

“Nesse Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil e em todos os outros dias do ano, temos que conscientizar a sociedade sobre o estilo de vida e o mundo queremos. Isso influencia diretamente, como mostram as pesquisas, na saúde de nossas crianças mesmo antes do nascimento delas”, alerta Dra. Silvia Brandalise.


O Boldrini em números

Em seus 42 anos de história, recém-completados, o Centro Infantil Boldrini já atendeu aproximadamente 30 mil pacientes encaminhados com a suspeita ou o diagnóstico de câncer ou de doenças hematológicas, e 10 mil estão em acompanhamento ou passaram por tratamento. Considerando os tratamentos de tumores malignos, foram mais de 9 mil casos, dos quais cerca de 6 mil alcançaram a cura.

Para se ter uma ideia da grandiosidade deste trabalho, só em 2019 o hospital recebeu 582 novos pacientes. Desses, aproximadamente 250 tiveram o diagnóstico de doença maligna confirmado e iniciaram o tratamento no hospital. No caso de doenças hematológicas, foram pouco mais de 200 novos pacientes. Os demais foram diagnosticados com outras doenças. 

Ainda falando em números, o Boldrini realizou ao longo do ano passado mais de 79,1 mil consultas ambulatoriais (uma média de quase 3.200/mês), além de cerca de 29 mil sessões de quimioterapia e 20,9 mil internações. 


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